sábado, novembro 29

Um final de tarde carioca

 (...)

Depois de acreditar que o que é bom vem com o tempo, passei a querer esquecer-me dele não fosse o seguro morrer de velho. (Lembrei-me de ti depois de escrever isto; só para que saibas.)

Dirigi-me ao quarto. Despi o fato e vesti-me de mim. Sorriso nos olhos e uma certa magoa feliz naquele que era só mais um aniversário sozinha.

Foi ai que sai porta fora. Sem destino. Sem carteira. Sem telemóvel. 
Levei-me a mim, ao cachecol que não encontro nos braços de ninguém e por isso ainda vou namorando nas lojas da moda, ao caderno, de que me esqueci perdido na mala de que não me fiz acompanhar como é habitual, mas cuja minha cabeça se transforma de vez em quando, e uma caneta ... os meus sentidos apáticos a observar o que me rodeia. Pouco mais que nada. 

Subi ao Parque Eduardo sétimo. Sentei-me no parapeito da paz que é aquele lugar, alinhada com a liberdade daquela avenida pelo verde dos arbustos que insistem em tirar o protagonismo às nuvens cinzentas que passam em tom apressado, anunciando a chuva que cairá entretanto. 

 Num olhar que se perdeu além rio, deixei o tempo passar. Não sei muito bem quanto. Não quis pensar em nada. Quis apenas estar ali, sem alma. A ouvir o barulho da cidade, a ver os carros apressados a moverem-se no marquês como se o amanhã não fosse existir, seres dançantes naquela alameda de plátanos, casais a vaguear de mãos dadas, as luzes a acenderem-se naquele final de tarde gélido como não tenho memória durante este ano, enquanto a minha boca fumava cigarros inexistentes. 

Enquanto isso turistas de varias partes do planeta por ali passavam. Uns animados, outros deslumbrados, todos de máquina fotográfica nas mãos - as quais quase todas passaram pelas minhas também, a pedido. Depois, outras pessoas a sós, que como eu, se sentavam um pouco e iam embora. Algumas delas emigrantes recém chegados, como o Igor, que me interrompeu o silêncio barulhento da cidade para me perguntar até que ponto estar ali seria perigoso, num sotaque meio carioca. 

A noite caia. 
E se eu achava que era a única no parque Eduardo sétimo a tentar arranjar respostas para perguntas inexistentes, quando menos esperava, a minha alma voltou. Durante uma hora perdi-me a falar da história de portugal da qual nem sabia saber tanta coisa; tradições e gentes do mundo; museus e avenidas a visitar enquanto apontava o castelo de são jorge que entretanto brilhava no cimo de uma das sete colinas. A crise em portugal, as polémicas da semana, a politica, o estado emocional do povo português, a qualidade de vida, o clima ... quando ... 

Começou a chover. 

Ficava tarde. Percebeu entretanto que era o meu aniversário. Sem me conhecer de parte alguma, fez a festa por mim. Deixou-me ir dizendo «Obrigado garota, finalmente encontrei alguém simpático nesta cidade; tava vendo que não ia encontrar ninguém sem cara em baixo que quisesse falar um pouco».

Ninguém lhe tinha aberto as portas de Portugal, ainda. 


Patrícia Luz
28 de Novembro de 2014


O igor é o um recém chegado a Portugal, para efectuar estudos para um Doutoramento no Brasil. Como ele há muitas mais pessoas. Sejamos simples e mudemos a vida uns dos outros, assim, porque sim
Obrigado Igor, mudou meu dia de aniversário. 


Que Portugal lhe sorria mais vezes, boa sorte. 


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quinta-feira, novembro 20

É só.



Sim, 
O coração tem arritmias quando ouve os passos a ecoar no corredor.
e sim,
Sabe de cor o que trazes vestido no final dos dias.


É só isso.

Patrícia Luz
20 de Novembro de 2014

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quinta-feira, novembro 13

American Diner, Albufeira


Acho que já vos tinha escrito sobre como viver todos os dias da semana como se fossem sábado - mesmo que se resumam a umas horas depois do trabalho que parecia não ter fim à vista -, não já? 

Mais uma vez fui petiscar a vida. A convite de uns amigos, fomos conhecer o "American Diner"; o sitio ideal para viajar até à América versão low cost e muito divertida, sem sair de Albufeira.

E mesmo a propósito: Hoje é quarta-feira, o "hump day". Este é um termo informal usado nos EUA que designa o meio da semana de trabalho. É uma alusão às corcovas de um camelo. Significa que já conseguimos passar a primeira "corcunda" e caminhamos para o fim de semana 

Comemorem o vosso "hump day" e sejam felizes!
(Agora vou até ao Hawai: Reef hawaiian pro está ON!)

Patrícia Luz 
13 de Novembro de 2014






   
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quarta-feira, novembro 12

Um minuto de silêncio pelos "amigos" que perdem a nossa consideração. Amém! 

                                                    
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segunda-feira, novembro 10

Sorri.

Mensagem para todos os que amam a vida e esperam com calma que ela os ame de volta.


10 de Novembro de 2014
Mensagem enviada, 22 horas

Sabes… às vezes, a vida faz-nos estas coisas para ver se nos amamos mesmo. É um teste a que poucos resistem. Há quem se refugie nas mulheres, outros que se perdem em copos; há quem faça asneiras sem emenda e depois há os outros. Que somos nós. Que descobrem a essência da vida; Que acordam todas as manhãs – sozinhos –, com um sorriso – para ninguém –, com lágrimas sem razão de vez em quando também, mas com uma enorme força de acreditar que a vida é suficientemente boa.  E é. Porque quem se ama e consegue amar as coisas simples que ela nos dá… por muito triste que esteja, já é minimamente feliz.

Sorri. 

Patrícia Luz


                                                           
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domingo, novembro 9

Arte por Alfredo & Isabel


Sábado, 9 de Novembro de 2014,
16.30 p.m


O doce som do mar, num olhar que ouve;
Uma boca fechada, que fala de olhos cerrados,  
Detalhes, segredos na confusão. 
Arte.
Cada um vê-a à sua maneira. Esta é a minha.

Patrícia Luz

Aconselho vivamente a visitarem a exposição «Art Duo» que estará de 8 de Novembro a 29 de Novembro em exibição na Biblioteca Municipal de Olhão. Adorei.





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sexta-feira, novembro 7

Uma causa com sabor a chocolate

A razão que hoje me trás aqui é especial. Será sempre.
Um dia escrevi este texto, que não é um texto. É muito mais do que isso. 

É uma realidade que tive o (des)gosto de presenciar bem de perto durante cerca de um ano. E com a qual me deparo todos os dias quando penso o quanto fui feliz a fazer o bem a quem o bem fugiu à nascença, ou pouco tempo depois.  Bem como quando por ali passo, dia após dia, quase todos os dias. 

O tempo rouba-me o pouco tempo que tenho. E é apenas isso que me faz passar sem parar para visitar as minhas, para sempre, crianças da casinha cor de rosa. Porque não são cinco minutos que bastam. São horas. E um colo livre de preocupações guardado só para elas durante aquele momento. 

É assente sobretudo nos meus valores e princípios, bem como no sentimento que nutro por aquilo que me uniu de alma e coração ao voluntariado por crianças em situação de emergência infantil que vos incentivo a aderir à causa que vos passo a apresentar. 

Desde 2008 que o Grupo Hotéis Real criou - também ele de alma e coração, garanto-vos - o «Bombom Real». 

O «Bombom Real» é uma iguaria de chocolate criada com o objectivo de ajudar as Aldeias SOS, tendo este ano sido idealizada uma edição especial comemorativa dos 20 anos Hotéis Real, em que 50% do valor de cada caixa de bombons (10€) reverte a favor desta causa. 

Esta edição conta com uma nova embalagem face aos anos anteriores criada com a participação das próprias crianças, que tentaram retratar a sua aldeia de chocolate.

Porque o bem atrai o bem, incentivo-vos deste modo a ponderar um pouco a forma como a nossa vida pode mudar, mudando a dos outros, para melhor. 

A minha mudou. E muito. 
O «bombom Real» encontra-se à venda em qualquer dos Hotéis Real em Lisboa e pode ser adquirido até 6 de Janeiro.

Patrícia Luz
7 de Novembro de 2014

                                                                        (  Foto: Filipa Marques  )

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terça-feira, novembro 4

Um sábado de Aromas






Um sábado de aromas é sem duvida a frase que descreve esta experiência. 

Foi assim que fugi da cidade para conhecer a «Dias de Aromas», uma empresa sediada no coração da serra Algarvia que se dedica ao cultivo de ervas aromáticas. 
Há sítios que só o nosso corpo presente consegue descrever. E este é de certo um deles. O cheiro a alfazema confunde-se com o das restantes culturas. Os pardais encarregam-se da música de fundo enquanto abelhas e borboletas dançam por entre os campos cultivados, ao invés dos restantes que rodeiam este espaço. 
Aqui o sol é mais quente; mais brilhante quando se põe por de trás da serra, difundindo-se pelos ramos dos medronheiros e das oliveiras centenárias que são agora cuidadas para dar vida a este lugar.

À mesa, os sabores, as cores e os aromas dão lugar a conversas paralelas. O pão molha o azeite até que este se esgote. O queijo some, polvilhado com malagueta cayenne (humm.. mnhami!) apanhada na horta. O chá de perpetuas roxas acompanha um delicioso bolo de laranja, num final de tarde sem igual. 

Pelo meio algumas visitas. E fotografias, que são inevitáveis. 

Um de novembro com cores de junho e sabores de setembro. 
Os meus meses preferidos num só dia. Perfeito!

Obrigada!

Patrícia 
4 de Novembro de 2014

Se tiverem oportunidade, visitem! Vale a pena! Para mais infos consultem o site a cima.


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