sexta-feira, setembro 23

Global Chef Challenge 2016 | Celso Padeiro


Pois é. O que me traz hoje a escrever aqui é um tema completamente diferente dos habituais.

Há dias fui a Cascais em trabalho e aproveitei para fazer uns clicks no Hotel Grande Real Villa Itália para um projeto que estou a desenvolver.

Realmente o Celso não podia faltar na minha coletânea de fotos e então aproveitei esta oportunidade para fazer uma visita até à sua cozinha de eleição, onde passa horas a inventar a melhor forma de trazer todas as sensações gostativas para dentro de um simples prato.

Conversa puxa conversa... e entre o chocolate branco que afinal é verde, os rolinhos de caramelo enrrolados com amor à camisola e todo aquele arco-iris de cores enfiado num prato de sobremesa, fui-lhe tirando umas fotos, roubando uns macarons para avaliar se aquilo tinha ponta por onde se lhe pegásse e ...voilá!


Desvendar o meu projeto a meio é um crime que me sepulta a mim mesma, mas esta é a oportunidade que tenho para vos contar quem é o Celso e por isso decidi juntar o útil ao agradável aqui.

Podia começar por dizer que é quem fez o primeiro risotto que comi na vida, que é um dos nossos mega chefs dos Hotéis Real, ou um amigo que fiz o ano passado na tentativa de o ajudar, também num dos seus projetos.

Mas o Celso, além disso tudo é português.

E se, como eu, não sabiam que existem competições de cozinha assim como quem joga futebol, estão a ver? ficam a saber. O Celso é membro da selecção olímpica de culinária. 

Dentro de 24 horas começará o Global Chef Challenge 2016 (mais detalhes no site) na Grécia e o Celso está lá, entre os melhores do mundo, a representar o nosso país, a nossa casa e a mostrar o seu talento.

A competição é composta pela apresentação de quatro pratos - uma entrada, um prato de peixe, outro de carne e uma sobremesa.


Podem sentir-se sortudos por poder ver em primeira mão a sobremesa que o Celso irá apresentar e deliciarem-se com os olhos.

Boa sorte Celso, estamos todos contigo!

Patrícia

terça-feira, setembro 6

Enquanto esperamos o reboque ...

"Valham-me as estrelas." - pensei, enquanto olhava o céu encostada no capô do carro. 

Enquanto isso as luzes encadeavam-me. Os carros a alta velocidade passavam nas minhas costas. 
Nenhum parou. Ninguém se importou.
A lua fina em quarto crescente subia por trás de uma árvore que se distinguia no escuro da noite, semi iluminada pela velocidade das luzes - ou das vidas que os carros levam dentro.
E eu ali, parada numa autoestrada, a morrer de fome, com um colete reflector vestido, ainda de sapatos altos a fustigar-me os pés e sem previsão de hora para a chegada do reboque. 
Cinco minutos, 
dez minutos, 
vinte minutos, 
meia hora, 
uma hora ...

E as estrelas lá. 
As estrelas lá em cima a brilhar. 

A fé obriga-nos a questionar-mo-nos sobre o porquê das coisas.
E naquele momento questionava-me "Porquê a mim?"

Passaram mais alguns minutos.
Os carros continuavam a abanar o meu, onde me encostava, por consequência das altas velocidades a que ali passavam e eu acabei por me aperceber que nunca antes tinha visto o céu tão estrelado no algarve como hoje. O reboque tendia em não vir ...

Dei por mim ali, anestesiada, a apreciar aquele momento que aparentemente tinha tudo para ser infernal. E quando as palavras de suplicio dele me vieram à cabeça, quando me lembrei do quanto aqueles olhos castanhos fazem falta a olhar por mim, descruzei morbidamente os braços e olhei o céu uma última vez como quem implora forças divinas:

«Porquê a mim?» - entre dentes. 

Uma estrela cadente caiu.

Não pedi desejos. 
Espero que alguém os tenha pedido por mim. 

O reboque chegou. 

Patrícia Luz
5 de Setembro