quarta-feira, agosto 31

« Pessoas inteligentes e bem articuladas
Tem o dom comum e inconsciente 
de despertar a inveja e o desrespeito
dos medíocres, mesquinhos e maldizentes. » Mônicka Christi


Podia perder o meu tempo a pintar um quadro bonito sobre isto.
Mas pessoas medíocres não merecem o meu tempo.

Patrícia Luz
31-08-2016




domingo, agosto 28

Saudade

Dias em que nos falta um abraço não são dias.
Hoje era o teu dia.

Acordei melancólica a lembrar-me como sou tão tu, em tantas coisas. Especialmente no mau feitio.
Pena não ter tido um cabelo igual ao teu.
As saudades que tenho de o escovar empoleirada no sofá da sala, enquanto te olhavas naquele espelho redondo portátil de que ainda ninguém se livrou.

Sinto tanto a tua falta.

Olha por mim,
 porque preciso.

Patrícia Luz
28.08.2016

Fui ser feliz

« Emancipate youselves from mental slavery, none but ourselves can free our minds »


Fechamos os olhos. 

O coração palpita e um nó no estômago aperta ao ponto de nos sufocar.
Não há respiração que valha à desilusão. Não há dias de sol que nos iluminem, a não ser a esperança de viver em paz com o nosso interior. Não há fome. Não há folgo...

Dou por mim a atirar-me como chumbo para a cama em todos os finais de dia. E a rezar por esse momento em todos os minutos. 
A minha cabeça está leve. Mas pesa tanto nesta almofada onde se afunda. 

Não há respostas. Não há palavras que nos valham quando o coração aperta. 
Não há verdade que mate para sempre a mentira. Não há chão quando nos tiram o tapete. 

 Escrever-te para te dizer isto é afundar-me ainda mais, mas é necessário para que percebas o buraco que cavaste sozinho para me sepultar. 

Não há amor sem ódio. Será? 
Não há amor sem raiva. Será? 
Não há amor sem luta. 
Não há amor, sem amor. Certo. 

Não estou vazia. Tenho-me cheia de mim. Cheia de amor por tudo aquilo que me rodeia, como sempre. Talvez viva a minha realidade, como lhe chamas, onde se acredita nas pessoas boas de verdade, onde se age pelo bem e nunca pelo oportunismo das circunstâncias. 

Sabes, na minha realidade amam-se as pessoas incondicionalmente e acredita-se nelas até caso contrário. Dão-se oportunidades e perdoa-se. 

Amam-se as pessoas ao ponto de lhes pegar na cabeça quando vomitam de dor. Amam-se as pessoas ao ponto de sair à meia noite para ir a farmácia mais próxima. Amam-se as pessoas ao ponto de abandonar o conforto da cama numa manhã de chuva torrencial para a levar ao fim do mundo se for preciso. Amam-se as pessoas por inteiro, sem regras, sem condições, sem fim. 

Na minha realidade o dinheiro é acessório. Mas as atitudes? São essenciais.

Na minha realidade, acredita-se na verdade. Só na verdade. 
Dão-se oportunidades. Mas não se repetem. 

Perdoa-se, mas não se esquece. 

Na minha realidade, o amor não é um jogo. É um facto. É o facto de querermos alguém ao nosso lado para sempre. É o facto de termos a casa cheia de alguém que nos compreende, que nos ouve, que nos abraça, que nos espera, que nos beija, que se preocupa connosco, que sente a nossa falta em todos os momentos, mesmo que estejamos no quarteirão ao lado. É fazer planos. É ter sonhos. É incluir esse alguém em todos. É cair e ter quem nos ampare. É voar e ter quem nos empurre do avião. É viajar, mesmo que sem sair do sitio. É segurar uma mão para nunca mais largar, venha o que vier, venha quem vier. 

O que deixa a minha alma leve é fazê-lo em todos os momentos. É tê-lo feito em todos os momentos. 
O que me deixa a cabeça pesada é fazê-lo para quem o não merece. 

Amo-te,
Mesmo que vazia de ti. 

Perdoa-me, mas agora fui ser feliz. 


Patrícia Luz
28.08.2016


quarta-feira, agosto 24

Full love



(...) Elas amam por inteiro. 

Não amam qualquer um, porque admitem que não é qualquer um que lhes serve.


Não permitem amores pela metade, porque de metades está o mundo cheio. Metades despedaçadas à procura de se despedaçarem completamente. 

As mulheres inteligentes são resolvidas o suficiente para não se quererem afundar num poço de indecisões, de incertezas, de pluralidades singulares e desnutridas. 

As mulheres inteligentes amam-se a cima de qualquer homem. 
Mesmo que se esqueçam disso de vez em quando.

Porque amam por inteiro. 

Patrícia Luz
24.08.2016



domingo, agosto 21

Odeio-te


Talvez a lua nos guarde.
Talvez o som do mar permaneça como o único barulho das nossas mentes, um dia.

Talvez não.

Quero ficar aqui.
A olhar o vazio da noite, embrulhada num cobertor velho, sentada no chão sujo com a tua cabeça no meu colo e a lua como candeeiro, neste penhasco de terra virado para o mar.

Quero ficar aqui.
No silêncio do fim do mundo.

Odeio-te.






segunda-feira, agosto 1

Molinum ad Mare










Entre a serra e o mar. Aqui tão perto, assim tão longe.
A paz na alma.
O silêncio.

A obrigatoriedade de falar baixo para não perturbar a ordem natural das coisas que nos rodeiam.

A música clássica a entoar nas paredes redondas.
O cheiro que paira no ar.

As cores.
O branco, o amarelo, o verde, o azul,

O Verão.
O calor, a brisa no ar. O sol a raiar as paredes, a queimar-nos o corpo,
a iluminar a nossa vida.

A simplicidade
Das pessoas, dos cães, das crianças...
Um modo de estar. Um modo de ser.

A essência de um lugar chamado Molinum ad Mare.







Podíamos simplesmente estar a sonhar com uma casinha de bonecas, daquelas que todas quisemos visitar quando éramos pequenas. Ou imaginar o refúgio dos filmes onde os romances secretos se escondem. Mas não.
O Molinum ad Mar existe mesmo. E completa a paisagem Algarvia na perfeição com as suas pequenas grandes histórias.






Com uma piscina panorâmica com o mar em plano de fundo, este é o cenário ideal para fugir do mundo. Descansar o corpo e a mente. Ler o livro a que ainda não conseguimos dedicar o nosso tempo. Deitarmo-nos na relva sem horas nem minutos. Ouvir o álbum que estreou ou o silêncio barulhento da natureza. Respirar ar puro. Pintar um quadro, escrever um livro. Fotografar.

Pensar.
Pensar em quem amamos, em que nos faz falta...

 Simplesmente viver.







Paralelamente ao moinho existe uma moradia com vários quartos que podem ser alugados. A mesma foi construída propositadamente num formato rústico de modo a permitir-nos revivenciar o verdadeiro Algarve. Toda a decoração foi pensada de modo a ilustrá-lo e por isso, todo o objeto tem o seu valor.

(Para quem me conhece.... não preciso de repetir o quanto gosto de decoração, certo?)


Gostava de deixar o meu agradecimento à Joana e à Renata por não deixarem projetos destes apenas nas suas cabeças. É com pessoas assim que me identifico e é de pessoas assim que me quero rodear.
Obrigada também por nos abrirem a porta de vossa casa de forma tão amável.

Fica mais uma dica para um fim de semana bem passado sem sair de portas.
Quem vai querer experimentar?

Um beijinho,




P.s Obrigada Rute pela companhia, atenção e paciência, tanto neste dia como nos últimos.