quarta-feira, julho 29

Debaixo da Lua




(...)

Percebes que gostas realmente de alguém, quando dás por ti a descer as escadas do prédio a correr só para não perderes tempo à espera do elevador. Se não perder tempo é a maior definição de amor, então considera-me a próxima maratonista do século.

Escrevo-te debaixo da lua e ao som do vento. Não foi preciso acender a luz nem ligar o rádio. 
A casa está cheia de ti. 

Tenho fome. E tanta coisa para fazer... 
Parar o tempo hoje, podia ser a segunda maior definição de amor, não podia?

Abraça-me com força, como só tu sabes.

E Fica.

O amor é tão só isto...

Patrícia Luz
29 de Julho 2015

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terça-feira, julho 28

Fica



(...) Num abraço fechado,

Capaz de parar o tempo;
Capaz de parar o mundo.
Quero-te assim.


Se o amor não é o silêncio confortável e o colo de uma só pessoa a melhor almofada do mundo, engano-me todos os dias em que te tenho assim. Se o amor não é o abraço apertado que mais desejamos no final do pior dia da semana, a palavra que não precisa de ser dita para ser lida no olhar e a vontade de consumir alguém que nos foge por entre os dedos... engano-me todos os dias em que te tenho assim. 
Se o amor não é ver o sol nascer nas noites a que se perdeu a conta às horas, as estrelas de dedos entrelaçados na varanda e o mar a consumir as rochas num abraço tão fechado, como o teu coração,... engano-me todos os dias em que te tenho assim. 
Se o amor não é a amizade que precisamos, o beijo que desejamos, o bom dia, a boa noite, o desculpa, o obrigado, que nos faz falta...
Se o amor não é a saudade, o buraco que alguém nos faz sentir na sua ausência, o desejo mais secreto... enganas-te de todas as vezes em que não me queres assim.  

Fica.

Patrícia Luz
28 de Julho de 2015

segunda-feira, julho 27

Summertime








(...) Gostar de alguém que seja o prolongamento do verão em mim.

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domingo, julho 12

O autocarro seguiu. A vida também segue.


Com os pés sobre o banco e os braços circundando os joelhos, encostava de lado a cabeça no autocarro. Ia cheio e por isso as vozes cruzavam-se nas minhas costas em tom alto, algumas sorridentes, outras um pouco embriagadas pelo bar aberto da tarde. De olhos postos no horizonte, ninguém deu pela minha ausência.
É hora de regressar. O sol baixava a pouco e pouco. Luzia por entre os ramos das àrvores que corriam à velocidade de cem quilómetros hora, enquanto consumiamos a auto-estrada no norte. Os pássaros esvoaçavam na penumbra seguindo o seu rumo e eu, lá ia, a ver a vida correr diante dos meus olhos.
Anestesiada. Anestesiada pela incerteza, pela saudade, pelas memórias. Pelos momentos que me roubam horas. Pelas horas em que queria os momentos de volta todos os minutos. Os olhos brilham. Cristalizam encadeados pelo sol que se põe. Reflectem o céu em tons azuis e rosa, que cuida de mim nas horas vazias; que vê as lágrimas que escorrem em silêncio da alma que dá demasiados ouvidos ao que o meu coração sente. 

O telefone tocou: «Não é homem o suficiente para te merecer». 
O autocarro seguiu. A vida também segue.

Patrícia Luz
12 de Julho 2015
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quinta-feira, julho 2