terça-feira, setembro 2

Algarve


Domingo. 31 de Agosto de 2014

Nove da amanhã e um sol abrasador lá fora.

Mochila às costas:

Bikini. Toalha. Óculos de mergulho. Máquina fotográfica. Baterias Carregadas. Mil e um cartões de memória – nem um milhão chegava, na verdade – chaves do carro, tejadilho do carro aberto, o vento a esvoaçar os cabelos queimados e mariza em voz de fundo. Portugal num momento. E o melhor do Algarve à minha espera; à nossa espera.


Em quantos lugares do mundo é possível decidir ser-se turista do teu próprio país as vezes que quiseres?
Não sei. Porque há muito tempo que escolho não sair daqui.


O Algarve é uma droga boa. Tu apaixonaste pelo cheiro do mar, pela cor do mar, pelo som do mar; pelo interior do mar. Pelas cores das rochas espelhadas na água translúcida. Pelos peixes multicolores que quase te fazem cocegas nos pés e pelos barcos que passeiam os turistas de outros países pelas grutas que tu, turista da tua própria terra, abraças como a sala de tua casa a nado. Tu apaixonaste pelo branco das casas e pelas chaminés que são o poleiro das guardiãs do mar; pelos caminhos que só têm a praia como destino. E tornas-te toxicodependente porque nunca mais te queres ver livre dela.

O Algarve podia ser o paraíso na terra se não fosse bipolar. Verdade, calma, silêncio, ondas e paz de inverno e mentira, desassossego, barulho, mar chão e o inferno de verão.

Mas já diziam uns amigos meus,
 «Podemos querer correr o mundo mas não podemos ir para um sítio melhor.»

Patrícia Luz
1 de Setembro de 2014
Um obrigada ao Rui pelo amigo que é e por me ter ajudado nas filmagens. Bem haja!







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