Domingo. 31 de Agosto de 2014
Nove da amanhã e um sol abrasador
lá fora.
Mochila às costas:
Bikini. Toalha. Óculos de
mergulho. Máquina fotográfica. Baterias Carregadas. Mil e um cartões de memória
– nem um milhão chegava, na verdade – chaves do carro, tejadilho do carro
aberto, o vento a esvoaçar os cabelos queimados e mariza em voz de fundo.
Portugal num momento. E o melhor do Algarve à minha espera; à nossa espera.
Em quantos lugares do mundo é
possível decidir ser-se turista do teu próprio país as vezes que quiseres?
Não sei. Porque há muito tempo
que escolho não sair daqui.
O Algarve é uma droga boa. Tu
apaixonaste pelo cheiro do mar, pela cor do mar, pelo som do mar; pelo interior
do mar. Pelas cores das rochas espelhadas na água translúcida. Pelos peixes
multicolores que quase te fazem cocegas nos pés e pelos barcos que passeiam os
turistas de outros países pelas grutas que tu, turista da tua própria terra,
abraças como a sala de tua casa a nado. Tu apaixonaste pelo branco das casas e
pelas chaminés que são o poleiro das guardiãs do mar; pelos caminhos que só têm
a praia como destino. E tornas-te toxicodependente porque nunca mais te queres
ver livre dela.
O Algarve podia ser o paraíso na
terra se não fosse bipolar. Verdade, calma, silêncio, ondas e paz de inverno e
mentira, desassossego, barulho, mar chão e o inferno de verão.
Mas já diziam uns amigos meus,
«Podemos
querer correr o mundo mas não podemos ir para um sítio melhor.»
Patrícia Luz
1 de Setembro de 2014
Um obrigada ao Rui pelo amigo que é e por me ter
ajudado nas filmagens. Bem haja!
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